MC 01 - A narrativa fotográfica no fazer etnográfico (Limite de 25 vagas)

Profa. Dra. Sandra Simone Moraes de Araújo - UPE

Contar histórias por meio da imagem sempre foi uma característica presente em diversas culturas. Os primeiros homens deixaram para posteridade testemunhos sobre a sua época. Observa Freeman (2014, p. 10:) que "as primeiras narrativas foram pinturas de caçadas nas paredes das cavernas como as de Lascaux na França (15.000-10.000 a.c)". Nos anos de 1930 a imprensa queria imagens para ilustrar seus textos, e a fotografia se tornou uma ferramenta importante para ratificar o status de realidade sobre os fatos jornalísticos. Com o passar do tempo, a imagem foi ganhando cada vez mais importância na comunicação, isto porque, comunicar é uma função da fotografia. Ela relata um fragmento do real que foi fixado na seta do tempo, deslocando para o presente um instante de um passado remoto ou recente, mas que informa circunstâncias específicas de um denominado assunto. É um instrumento que pode atestar o que, às vezes, não se pode expor em palavras. Além da fotojornalismo, diversas áreas das ciências usam a fotografia como uma fonte de informação, a exemplo da antropologia que a aplica tanto como um meio de ilustrar o texto etnográfico, como ocorre nos trabalhos de Malinowski, quanto como se apresenta nos trabalhos de Baterson e Mead que utilizam a narrativa fotográfica no fazer etnográfico. É na perspectiva de debater a fotografia como principal método para a produção do conhecimento que este minicurso irá tratar. 


MC 02 - Ensino de História em Ambientes de Virtuais de Aprendizagem (AVA)

Prof. Ms. Elcimar Virgínio Pereira Malta - UPE

Prof. Ms. Phillipe Augusto Gomes Silva Bastos - UPE

A proposta deste minicurso é apresentar o que são ambientes virtuais de aprendizagem (AVA) e seus usos para o ensino de história, destacando os problemas característicos desta ferramenta para a modalidade de educação à distância (EAD). Propondo apresentar estratégias e o uso destes ambientes de acordo com a Teoria da Distância Transacional (MOORE, 1993). Sendo assim, propõe-se a criação de uma proposta didático-pedagógica para o ensino de história, voltada para formação de professores da educação básica por meio da plataforma.


MC 03 - Administração eclesiástica na América portuguesa (séculos XVI - XVIII)

Prof. Marcone Carlos dos Santos Nascimento - UFRPE

O minicurso visa estimular o desenvolvimento de pesquisas referentes a administração da Igreja na América Lusa entre os séculos XVI e XVIII, atentando-nos a sua organização, hierarquias e relações com outros poderes colônias, como as câmaras municipais, ou metropolitanos, a Mesa de Consciência e Ordem e o Concelho Ultramarino. Entretanto, para a compreensão da governança eclesiástica na colônia não podemos estudá-la fora das lentes do padroado, conjunto de direitos e deveres atribuídos aos reis portugueses e espanhóis pela Santa Sé, para a propagação e manutenção da fé cristã nas conquistas. Assim, pretendemos apontar caminhos a serem explorados, apresentar acervos, fontes e arquivos, que possibilitem a investigação sobre a temática.


MC 04 - O imperativo de ensinar: a Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985) e o papel do historiador

Prof. Adriano Ricardo Ferreira da Silva - UFRPE

Profa. Karlla Karina Pereira Felix - UFRPE

Os debates acerca dos Temas Sensíveis no campo da História estão inseridos em um duplo contexto: "no trabalho acerca da memória como dever e do ensino como responsabilidade social" (LEITE, 2018). Com base nessa luz metodológica, nossa problemática neste minicurso, de igual modo, estrutura-se em dois pilares. O primeiro está localizado nos debates em torno da memória, do lembrar. Desde os anos de 1980 com a "Virada Memorial" francesa e a reivindicação de grupos para participarem da memória oficial, a memória passa por um processo de expansão. No entanto, conforme aponta Verena Alberti (2015), esses não alcançaram o universo escolar. Por este motivo, é preciso encontrar alternativas nas práticas educacionais para que esses debates adquiram um maior espaço no ambiente educacional. Por conseguinte, os Temas Sensíveis nos permitem compreender o ensino como uma ferramenta que está localizada no campo da ação, de transformar a memória em responsabilidade social frente às demandas do presente. Neste ponto, podemos nos ancorar no aumento estatístico no número de integrantes da sociedade civil que acenam apoio a Regimes autoritários no Brasil. Em pesquisa realizada pelo instituto de opinião DataFolha aponta que em 2019 cerca de 36% dos brasileiros são favoráveis a comemoração do dia 31 de março (JORNAL NACIONAL, 2019). É de suma importância que nos voltemos a perguntar quais lacunas no trabalho em torno da memória abriram precedentes para esse crescente nos números de apoiadores de regimes autoritários no Brasil? A partir dessas questões, essa proposta de minicurso objetiva debater sobre alternativas para o ensino de Temas Sensíveis em História com ênfase na Ditadura Civil-Militar brasileira (1964-1985), a partir de dois documentos, sendo eles "Quando voltei tive uma surpresa", que consiste na reunião de trinta e duas cartas enviadas por Joel Rufino dos Santos, do Presídio de Hipódromo, durante a Ditadura, para o seu filho Nelson; e o documento "Infância Roubada: Crianças atingidas pela Ditadura Militar no Brasil", que, a caráter estrutural, a obra reúne quarenta e quatro testemunhos de pessoas que tiveram a sua infância e/ou adolescência atingida pela ditadura iniciada em 1964.


MC 05 - História e literatura: as distopias do século XX em seu contexto histórico

Profa. Dtrand. Alana de Moraes - UFRPE.

Este minicurso tem como proposta central abordar o contexto histórico que possibilitou a escrita do gênero literário distopia no século XX, em especial as obras Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley, 1932), 1984 (George Orwel, 1949) e Fahrenheit 451 (Ray Bradbury, 1953). No século XX, assistimos a uma ampla busca pela realização das utopias do século XIX como projeto de sociedade. Nesse cenário, os três princípios políticos do início do século XX - o liberalismo, o comunismo e o anarquismo - não atenderam as demandas da sociedade e abriram espaço para a realização do fascismo. A quebra de expectativas gerada pelos traumas vivenciados de maneira coletiva, por sua vez, abriram espaço para a escrita de grandes obras literárias, que ressoam hoje como uma importante ferramenta de leitura do cenário político de uma época.


MC 06 - A Índia e sua organização sociorritual pelo viés da História das Religiões

Prof. Dr. Arilson Oliveira - UFCG

Profa. Dra. Gisele Oliveira - UPE

Prof. Dtrand. Romero Bittencourt e Carvalho - PUC/MG

A Índia é reconhecida mundialmente por seu legado histórico-religioso: seus épicos como compêndios de tratados éticos e de ciência espiritual, como o Mahabharata que contém a Bhagavad-gita (a bíblia hindu); o tratado de yoga de Patanjali; as leis jurico-religiosas apresentadas pelo Manu-smriti etc. Ao mesmo tempo, é paradoxal o conhecimento que herda da Antiguidade frente ao disparate do sistema de castas, a violência contra as mulheres, a pobreza avassaladora. Uma sociedade que, idealmente, tem sua organização de cunho sociorritual, a partir da qual o sagrado e o profano são faces da mesma moeda, permeando o cotidiano de forma que cada passo seja um ato ritual e cada palavra seja uma prece (ou um mantra) e se vê inserida num quadro contemporâneo caótico. O objetivo desse minicurso é apresentar uma reflexão sobre o desenrolar dos fatos e a sequência de dados que levaram a Índia da Idade de Ouro à de Ferro, considerando como base teórica os pressupostos da História das Religiões.


MC 07 - As relações e o uso da História e Literatura: a quebra de um paradigma

Prof. Matheus Henrique da Silva Lima

Profa. Pâmela Maria de Carvalho Camelo

Ao se refletir sobre as discussões historiográficas, entende-se que a concepção de história, bem como a sua teoria e metodologia não são estáticas, elas se modificam num movimento que envolve transformações tanto na sociedade como na cultura. Assim sendo, algumas indagações a respeito do que é a história enquanto disciplina, para que ela serve, como o historiador deve realizar a operação historiográfica e quais fontes podem contribuir na produção de uma narrativa a cerca de uma sociedade, grupo ou indivíduo, amarram o surgimento desta proposta de minicurso. O trabalho, estabelecendo relações entre a história e a literatura, nasce através de uma quebra de paradigmas, assim como as abordagens da Nova História Política e Cultural, que influenciam diretamente no uso da literatura como fonte para a história. E é neste ensejo que a literatura surge como um modo de compreender e ampliar a concepção da própria História, afinal o uso de diferentes fontes e da interdisciplinaridade desenvolvem a possibilidade da História ser cada vez mais plural. Desse modo, podemos então entender as produções literárias enquanto instrumentos que manifestam visões de mundo dos indivíduos e grupos, e como mecanismos que seguem "expressando emoções e incorporando difusamente o conhecimento que traz consigo." (FERREIRA, 2013, p. 67), mais do que isso, se apoderando não só "do passado, mas também dos documentos e das técnicas encarregados de manifestar a condição de conhecimento da disciplina história" (CHARTIER, 2015, p. 27). É a partir dessa perspectiva que esse minicurso pretende trabalhar, através das contribuições da Nova História para a teoria e metodologia da história e da quebra paradigmática dos anos 1980, o uso da literatura como fonte, espaço narrativo, elemento de aproximação e distanciamento da produção historiográfica e sua capacidade de construir representações a cerca do passado que modelam fortemente o imaginário de uma sociedade até mesmo mais do que obras produzidas no seio da academia. Portanto, a presente proposta lançará mão de abordar interdisciplinarmente como História e Literatura se emaranham e podem ser diferentes formas de dizer o mundo, uma sociedade, uma cultura e eventos históricos.

 Universidade de Pernambuco – Campus Mata Norte      Laboratório de Estudos da História das Religiões – LEHR          Rua Amaro Maltez, 201, Centro, Nazaré da Mata – PE.            CEP: 55.800-000.
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